Você sabe o que é NEPS?

Soraya Carneiro Carvalho Rigo

Psicanalista e psicóloga formada há 24 anos pela UFBA, estando nos últimos 21 anos trabalhando no CIAVE, onde vem se dedicando ao acompanhamento de pacientes que tentaram o suicídio e  coordena o Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS). Hoje ela nos fala o que é e como funciona este Núcleo.

O NEPS é um serviço ambulatorial, inaugurado em 2007, voltado ao tratamento de pessoas com depressão grave e risco de suicídio que funciona no Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE), nas dependências do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS).

A origem desse serviço teve início em 1991 quando criamos o serviço de Psicologia do Ciave após verificar a necessidade de acompanhamento dos pacientes que tentaram suicídio ou com depressão grave que eram acompanhados, inicialmente, na   emergência ou enfermaria do HGRS. Inicialmente, o serviço era composto por mim e por duas estagiárias de psicologia. Em 2006 foi contratada uma nova psicóloga e em 2007 o primeiro psiquiatra.

Com o reconhecimento do trabalho realizado através da diminuição significativa no número de reincidências de tentativas de suicídio entre os pacientes acompanhados, verificamos a necessidade de ampliar o serviço atendendo pacientes encaminhados por diversas unidades de saúde, além de oferecer o atendimento preventivo, a pessoas com depressão grave que ainda não haviam tentado o suicídio, mas que corriam risco de fazê-lo. E assim, no final de 2007 foi inaugurado o NEPS. Atualmente, contamos com a presença de duas Psicólogas, cinco estagiárias de Psicologia, três Psiquiatras, uma Terapeuta Ocupacional e uma estagiária de Terapia Ocupacional.

O projeto do NEPS vem sendo divulgado em outros estados e nosso objetivo atual é implantá-lo em 8 cidades do interior da Bahia, além de outros centros de toxicologia em outras capitais, assim como qualificar os profissionais de saúde da rede de atenção básica e, futuramente, da rede de saúde mental.

É importante salientar que no NEPS, o paciente tem seu processo interior respeitado, pois cada caso é um caso, por isso não determinamos a duração do tratamento, afirmou a psicóloga.

Entrevista concedida a S.F.S (Leka Peteka) e R.O.S (Homem Aranha)